Diferentes pessoas usam diferentes drogas por diferentes razões. Podem experimentar drogas por curiosidade, por diversão (recreação), por pressão do grupo social (os seus amigos também o fazem) ou por problemas de ordem psicológica e de autoestima. Fonte(s) da resposta:
2) Como evitar ou reduzir o uso?
Depende da população de que tratamos. As pessoas com problemas de uso abusivo de drogas provém de todos os níveis sociais e podem apresentar uma grande variedade de problemas físicos, mentais, laborais, sociais e/ou familiares, intimamente associados ao padrão de consumo, inclusive comorbidades de saúde associadas, impactando, assim, a possibilidade de tratamentos farmacológicos, decorrente da interação medicamentosa. Fonte(s) da resposta: Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).
3) Como lidar com estudantes ao falar sobre drogas?
Clima de terror não ajuda em absolutamente nada e pode até dificultar. Isso porque as primeiras experiências de consumo de drogas são prazerosas, então o aluno terá dificuldade de entender a seriedade do problema. Recomendo ter informações para contrapor. A temática das drogas exige um alinhamento entre a escola e a família. É fundamental ter um diálogo aberto, franco e honesto para conhecer como a questão é discutida dentro da casa dos alunos. Muitas vezes, as drogas lícitas fazem parte do cotidiano dos próprios familiares. Portanto, é fundamental conhecer a realidade dessas famílias e chamá-las para um diálogo na escola. Nesse sentido, o ideal é fugir de discursos moralistas: a abordagem deve ser reflexiva. Como as drogas lícitas (a exemplo do tabaco e do álcool) acabam fazendo parte da vida dos estudantes desde muito cedo, devem ser os primeiros abordados dentro da sala de aula. Entretanto, é importante evitar um discurso extremista, pois será difícil criar uma relação direta entre a abordagem e a realidade vivida pelos estudantes. O trabalho deve ter um tom muito mais informativo. Os educadores, ademais, devem estar abertos às dúvidas e questionamentos dos estudantes a qualquer momento. Fonte(s) da respostas
4) Por quê proibir ou descriminalizar o porte de drogas para consumo pessoal?
Apesar de concordarmos com o argumento de que medidas repressivas podem não ser as mais apropriadas para o enfrentamento do tema, bem como que o encarceramento em massa de pequenos traficantes e pessoas utilizadas como massa de manobra para o tráfico está longe de ser a solução, não estamos certos de que houve, no Brasil, uma abordagem séria, articulada e organizada que possa se aproximar de um “estado de guerra às drogas”. A Coordenação do Projeto Estratégico Semear se filia à abordagem proposta pela psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Ana Cecília Marques, no sentido de que para “Superar o fenômeno precisamos da estruturação de uma verdadeira política de drogas, apoiada no tripé prevenção, tratamento e controle da oferta”. Concordamos que “não estamos preparados para a legalização total e a economia das drogas é a grande responsável por isso. Sempre vai existir o traficante vendendo mais barato over the counter (ilegalmente)”. Além disso, precisamos superar inúmeros desafios relacionados à estruturação de uma rede de serviços de atenção e cuidados destinada aos usuários de drogas, que ainda não se revela efetiva. Outra medida imprescindível seria aprimorar a capacitação da polícia para compreender o fenômeno, principalmente em relação aos usuários, como extremamente complexo. É preciso entender a dependência química enquanto uma doença crônica, desconstruindo o estigma em torno do usuário e respeitando-o enquanto sujeito de direitos.
A Dra. Ana Cecília é enfática, ainda, quanto à alteridade que deve permear a discussão: “O meu direito é aquele que termina quando invado o seu. A partir do momento que estou sob efeito de algo e mudo meu comportamento, já passei do limite e posso ser um risco à sua vida”. Há, ainda, vários argumentos que devem ser sopesados quando se está diante de temas como a descriminalização e a legalização das drogas:
1) As drogas produzem dependência química, causando inúmeros males aos usuários e suas famílias, bem como a toda a sociedade. Não parece ser razoável, portanto, que a descriminalização do porte para consumo seja a melhor maneira de desestimular o seu uso.
2) Legalizar não quebra a relação traficante-usuário Mesmo em países onde o uso de drogas é permitido, como a Holanda e o Uruguai, diariamente são descobertos plantios clandestinos de cannabis, por exemplo.
3) Legalizar não significa mais dinheiro nos cofres públicos O contrabando de produtos legalizados, a título ilustrativo, é uma realidade no país. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul pontua, ainda, que “Os impostos advindos da produção e venda da maconha estatal não serão suficientes para pagar o custo do tratamento de um dependente químico e o custo da desorganização de sua família”.
4) O Estado deve coibir condutas prejudiciais à sociedade
5) Proibir o uso de drogas não faz aumentar o consumo
A Associação Brasileira de Psiquiatria já registrou, em nota, que a “legalização levaria justamente ao aumento do consumo, inclusive por adolescentes”. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande Sul também já se manifestou no sentido de que: “A área de saúde no Brasil não está organizada de modo a comportar um possível aumento do número de dependentes químicos” e a Diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, Nora D. Volkow, no artigo “Efeitos Adversos à Saúde pelo Uso da Maconha”, alerta que “Os efeitos da droga legal ou ilegal sobre a saúde do indivíduo são determinados não apenas por suas propriedades farmacológicas, mas também por sua disponibilidade e aceitação social”. A esse respeito, drogas legais (álcool e tabaco) oferecem uma perspectiva preocupante, representando o maior número de doenças associadas às drogas, não porque são mais perigosas que as drogas ilegais, mas porque seu estatuto jurídico permite uma exposição mais ampla.

6) Legalizar não reduz a criminalidade
A ABP também já afirmou em nota que “a legalização da maconha não é o caminho para diminuir a violência. As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes, mas diminuem a sua incidência e o número de vítimas”.
7) Criminalizar o porte para uso significa proteger a saúde e segurança públicas
As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes, mas diminuem a sua incidência e o número de vítimas.
8) Criminalizar não gera estigmatizarão
O usuário e o dependente precisam ser reinseridos. Mas isso não se deve à criminalização, e sim ao fato de suas condutas não serem aceitas pela maioria da população. Em outras palavras, a finalidade da política de drogas é reinserir o usuário e o dependente, que já estão afastados do seio social, e não se tornam afastados por praticarem uma conduta tipificada como crime. É necessário estabelecer uma política de ressocialização, que abarque todos os estigmatizados sociais, o que inclui os que vivem em situação de rua e os egressos do sistema prisional, as pessoas com deficiência e em certa medida os fumantes, tendo em vista que é cada vez mais comum a pressão dos grupos contrária ao tabagismo. É preciso, ainda, estimular a constituição de equipes multidisciplinares, ambientes nos quais há a possibilidade efetiva do usuário participar das audiências de advertência sobre os malefícios das drogas, expondo seus problemas e angústias, enfim, refletindo sobre a sua relação com o uso das drogas. Ou seja, basta vontade política para que o problema seja minimizado e isso não passa pela descriminalização.
9) Holanda e Uruguai adotaram medidas repressivas após a legalização
As experiências holandesa e uruguaia não deveriam ser copiadas pelo Brasil. Nossa nação possui mais de 8,5 milhões de km2 de área, enquanto o Uruguai tem pouco mais de 176 mil km2 e a Holanda não chega a 42 mil km2. Some-se a isso a questão populacional: somos 66 vezes mais populosos que o Uruguai e 12 vezes mais que a Holanda. O Brasil é um país continental: excetuando Chile e Equador, todas as nações da América do Sul fazem fronteira conosco. Isso significa que estamos lado a lado 5 com a Colômbia, a Bolívia, o Peru e a Venezuela, que, de acordo com o Relatório Monitoramento de Territórios Afetados por Cultivos Ilícitos produzido pela ONU em 2015 são 4 dos maiores produtores de drogas do mundo. Tanto a Holanda quanto o Uruguai passam por experiências extremamente negativas após a legalização. Na Holanda desde 2012 os Coffee Shops que podem vender até 5 gr. de maconha por usuário passaram a ser mais fiscalizados, tiveram horários de funcionamento restringidos e foram impedidos de estar a menos de 250 metros de escolas. Outro exemplo mais próximo de nós no espaço e no tempo é a legalização no Uruguai, que aconteceu em 2013. Segundo o Jornal El Observador, pouco depois da legalização foi realizada uma pesquisa na capital do país com consumidores frequentes. Em resposta à pergunta sobre quais atividades realizaram sob os efeitos da maconha, 99% dos entrevistados disseram ter ido caminhar em espaços públicos, 54% usaram bicicleta, 21% se deslocaram de automóvel e 55% foram trabalhar. Diante disso, em 02 de maio de 2016, o Poder Executivo aprovou o Decreto 128/116, que proibiu o consumo e a posse de maconha durante a jornada de trabalho. Esse mesmo jornal Uruguaio em recentes reportagens sobre a situação local publicou que “O toxicologista Antonio Pasacale confirmou que nos últimos anos houve várias mortes por conta do uso de drogas sintéticas. Cada vez mais policiais e bombeiros militares são flagrados em exames que indicam consumo de cocaína e maconha; em novembro de 2016 se estimou que apenas 1⁄4 dos consumidores habituais de maconha conseguiram adquiri-la através dos três mecanismos previstos na lei, quais sejam: venda em farmácias, clubes canábicos e autocultivo”.
6 5) Como atrair uma pessoa para a Rede de Atenção Psicossocial – RAPs quando ela se recusa a frequentar os serviços?
A Entrevista Motivacional (EM) é uma técnica de entrevista baseada na terapia centrada no cliente e desenvolvida originalmente para o tratamento psicoterapêutico de dependência de drogas e álcool. Seu objetivo é desenvolver motivação intrínseca para o tratamento, ou seja, uma mudança de comportamento por parte do dependente para buscar e/ou aceitar ajuda, mediante uma abordagem indagativa que permita superar ambivalências.
A EM mudou a perspectiva de que só é possível ajudar quem quer. Fonte(s) da Resposta: https://pt.wikipedia.org/wiki/Entrevista_motivacional
Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).
6) Quais são os serviços oferecidos no tratamento do uso abusivo e da dependência de drogas?
Usualmente, as pessoas que procuram o serviços de apoio à superação da dependência química, são encaminhadas à rede via relacionamentos pessoais ou institucionais a que estão vinculadas. Contudo, é importante destacar o papel do “Consultório de Rua”, serviço que pretende fazer interlocução com os dependentes químicos em situação de rua, ou que por ali estejam transitando. Do ponto de vista das instituições que integram a rede, o primeiro passo para o estabelecimento de um plano terapêutico ao dependente químico, pautado na definição dos encaminhamentos que serão feitos e serviços que comporão o seu 7 tratamento, é a realização, por um profissional especialista no tema, de uma avaliação ou entrevista inicial que leve em conta as particularidades de cada caso. A partir deste momento inicial, tornam-se possíveis encaminhamentos: Tratamento ambulatorial (que pode se dar por intermédio de acompanhamento individual, terapia de grupo, e/ou acompanhamento terapêutico); Internação (que pode se dar em hospital geral, na própria casa do usuário - internação domiciliar -, em hospital psiquiátrico, ou em clínicas especializadas). Outros serviços importantes neste setor, disponíveis na coletividade, são os Grupos de Mútua Ajuda (AA, NA, Amor Exigente, etc) e os acompanhamentos realizados pelas Comunidades Terapêuticas (CTs), ambos pautados na premissa da motivação para a mudança, independente da motivação para o tratamento.
Fonte da resposta: Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).
7) Como fomentar o lazer sem drogas?
Use estratégias criativas, principalmente dando voz, no âmbito escolar, aos alunos que vêem os possíveis benefícios que as drogas podem trazer e preferem escolher outras formas de alcançar esses benefícios (descontração, relaxamento, sentir-se parte da “turma”, ter coragem de paquerar). Procure adaptar o seu trabalho a seu público-alvo: se você é educador na área de esportes, por exemplo, seu trabalho de prevenção vai render mais entre jovens que adoram esportes (e que, em geral, não são muito atraídos por matérias que requerem leitura e estudo). Assim, procure adaptar sua mensagem a seu público, e evite recomendar livros para discussão, ou aulas teóricas sobre o assunto. 8 Para se contrapor a uma cultura grupal de esculpir o corpo com remédios e beber até cair depois do jogo é preciso atuar no próprio palco onde essa sub-cultura é construída - nas quadras, nos treinos. É necessário escolher adultos apropriados para trabalhar com esses jovens. Para estudantes atletas, que, muitas vezes, pouco valorizam o currículo formal, pedir para o professor de Ciências trabalhar o problema na sua disciplina seria possivelmente inócuo (senão contraproducente).
Fonte(s) da resposta (p. 36-37): http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-educadore s.pdf
8) Como lidar emocionalmente com a frustração e a ansiedade?
A ansiedade e a frustração são naturais, ou seja, são respostas orgânicas que possuem repertório fisiológico e neurofisiológico para a sua manifestação, tendo inclusive um caráter protetivo para a vida, pois compõem o sistema de alerta, assim como o é a febre alta. O problema surge quando a ansiedade se torna recorrente, ampliando sua manifestação enquanto tensão na vida; situação que pode denotar tanto dificuldade em lidar com limites, quanto dar indícios de que a pessoa esteja exposta a situações de assédio moral num ambiente que deveria ser protetivo. Fundamental é ter flexibilidade e observar as circunstâncias que geram este tipo de mal-estar fisiológico buscando diversificar a interpretação e o sentido dos mesmos no cotidiano. Cria-se, assim, novos cenários, que permitirão janelas para abordar a vida e ampliar a consciência sobre tais circunstâncias. 9 Quando tal tensão ganha proporções a ponto de impactar o corpo biológico na manifestação de sintomas psicossomáticos, é importante procurar ajuda especializada na área de saúde, inclusive na esfera mental.
9) Como fazer prevenção nas escolas?
Vários trabalhos científicos mostram que ajudar os jovens a lidar com questões de timidez, sensibilidade extrema, frustração, dificuldade de se colocar diante de um grupo, dentro do currículo escolar, resulta numa diminuição do uso de drogas entre estudantes, que perdura por, pelo menos, seis anos após o desenvolvimento das atividades. O projeto mais exemplar nesse campo é o Life Skills Training (LST), (Treinamento das Habilidades de Vida) concebido na Cornell University por Gilbert Botvin e colegas. Esse programa convida estudantes e professores a discutir os desafios afetivos e emocionais dentro da sala de aula e a tentar criar e exercitar formas de lidar com eles. Propõe três eixos de atividades, cada um focado no desenvolvimento de habilidades sociais distintas:
a) Autogerenciamento - ajuda estudantes a analisar sua auto-imagem e os efeitos dela no seu comportamento, determinar objetivos pessoais de vida, monitorar progressos nesse sentido, identificar comportamentos e decisões cotidianas que foram influenciadas por outras pessoas, analisar essas situações e aprender a avaliar as consequências de determinados comportamentos antes de adotá-los;
b) Habilidades sociais gerais - ajuda os estudantes a superar a timidez e a dificuldade de se comunicar, a obter firmeza na comunicação verbal e não verbal, tanto na recusa como na aceitação de convites, assim como trabalhar com o 10 reconhecimento de alternativas viáveis à passividade ou agressividade diante de situações difíceis;
c) Habilidade de resistir a drogas - ajuda os jovens a reconhecer os mitos e concepções equivocadas, disseminadas socialmente, em relação ao cigarro, álcool, medicamentos e drogas ilícitas, assim como lidar com a pressão dos meios de comunicação de massa e dos amigos para usá-los.
Fonte da resposta (p. 35-36): http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-educadore s.pdf
10) O que fazer e o que não fazer em uma roda de conversa? Esta cartilha não vai fornecer uma fórmula secreta de como trabalhar em sala de aula, até porque... essa fórmula não existe. Mas as experiências mostram que alguns princípios e abordagens surtem mais efeito do que outros:
a) Apresente informações fundamentadas sobre drogas de maneira isenta e honesta; sem usar exagero ou estratégias de amedrontamento. Os diferentes setores da escola devem ter coerência na forma de abordar as questões;
b) Inclua informação realista sobre os riscos de se usar drogas, mas mencione também os benefícios de não usá-las;
c) Caso vá explorar os vários motivos pelos quais as pessoas usam drogas, discuta também alternativas, outras atividades que as pessoas poderiam ter escolhido ao invés de usar drogas;
d) Não faça sermão, tente envolver seus alunos ao máximo, usando as opiniões e visões que eles oferecem;
e) Não exagere os dados de consumo de drogas na nossa sociedade. A maioria dos nossos jovens é saudável e prefere se abster. Exagero só faz com que os jovens desenvolvam uma visão deformada da realidade, pensando que se eles e seus amigos não usam drogas, é porque estão “por fora”; afinal os jornais, seus pais e professores garantem que o consumo de drogas está cada vez mais disseminado;
f) Não generalize as informações como se todas as drogas fossem iguais, fazendo afirmações do tipo “não use drogas” ou “os problemas que as drogas causam”. É importante saber que, embora seja desejável que os adolescentes retardem o início do consumo, existem usos de algumas drogas ou medicamentos que não trazem prejuízos. Os efeitos são diferentes, o que torna necessário que as informações sejam dadas nomeando as drogas sobre as quais estamos falando;
Fonte da resposta (p. 31-32): http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-edu cadores.pdf
11) Como lidar com os usuários abusivos e dependentes de drogas?
a) Amizade é fundamental: seja o melhor amigo que você puder ser. Algumas amizades são breves e outras duram uma vida toda. Ajudar um amigo a vencer uma luta como a dependência química é uma maneira de fortalecer uma amizade. Com a evolução do relacionamento, você tende a se preocupar mais com a pessoa. Durante uma crise, você naturalmente quer ajudá-la. Esteja presente quando ela precisar de você e ouça o que ela tem a dizer. Existem razões para que ela abuse das drogas. Escutá-las pode permitir que ela expresse pensamentos e 12 sentimentos que podem ajudá-lo a entender a causa do vício. Seja respeitoso, leal e confiável.
b) Utilize comunicação não-violenta: expressar seus sentimentos é uma coisa corajosa de se fazer, mas que pode ser arriscado também. Você pode reconhecer isso dizendo: “Eu sei que isso pode ser difícil para você e estou honrado por você compartilhar essas informações comigo. Eu o respeito por fazê-lo e estou aqui se quiser conversar”. Ajudar uma pessoa com dependência química pode demorar e ser a coisa mais difícil que você fará em sua vida, mas será a mais gratificante.
c) Mostre empatia: ser ouvido e compreendido são componentes essenciais para o crescimento pessoal. A experiência emocional de lidar com uma dependência química vai estimular uma pessoa a crescer, o que pode ser doloroso. Você pode ajudar a aliviar a dor dela escutando-a ativamente. Coloque-se no lugar da pessoa. Aprenda a ser compassivo e compreensivo em vez de julgá-la. Pode ser difícil de entender, mas você pode sempre tentar. Trate a pessoa como você gostaria de ser tratado. Você provavelmente já experimentou lutas em sua vida e sabe o que foi útil e o que não foi.
d) Comunique sua preocupação acerca da situação: é difícil ver alguém sofrer ou fazer más decisões que impactam negativamente sua vida. Em algum momento, você terá que dizer à pessoa que está preocupado com o bem-estar dela. Ela pode ou não querer ouvir o que você tem a dizer. Isso é bom, pois você estará sendo você mesmo e demonstrando que se importa.
e) Peça permissão para se envolver: se uma pessoa estiver no auge do vício, ela pode não perceber que precisa de ajuda, mas pode estar aberta a isso. Você pode dizer coisas como: “Parece que você está tendo problemas com as drogas. Eu estou aqui com você se quiser ajuda. Tudo bem para você?”. Não tenha 13 medo de fazer as perguntas difíceis. Confrontar assuntos difíceis que possam pôr em risco um relacionamento é um desafio. Você vai precisar fazer perguntas diretas e honestas como “Você acha que está dependente desta droga?” e “Eu sei que pode ser difícil falar sobre isso, mas você está disposto a acabar com sua saúde e seus relacionamentos por causa de um problema assim?”.
Fontes da resposta: https://www.clinicasmaster.com.br/como-ajudar-um-dependente-quimico/ https://www.psicologiasdobrasil.com.br/18-passos-para-ajudar-um-dependent e-quimico/
12) Por que álcool é lícito e outras drogas não?
O álcool é uma droga lícita, mas não pelo fato de ser menos prejudicial à saúde se comparado a outras drogas. Pelo contrário, também causa dependência aos usuários, sendo inclusive pontuado que a incidência de problemas de saúde decorrentes do uso indiscriminado das drogas ilícitas é superior às drogas ilícitas. Tal como o cigarro, o álcool é legalizado, produzido e comercializado na sociedade por ser socialmente aceito. Cumpre frisar que o critério de legalidade ou não de uma droga é historicamente variável, geralmente dependente dos interesses políticos e socioeconômicos vigentes. Droga é droga. Não é porque ela é lícita que causa menos dano à saúde ou deve ser vista de forma diferente. O cigarro e a cerveja apenas são lícitos porque o Congresso Nacional assim decidiu com a pressão da indústria do tabaco e da cerveja. O Brasil, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), é o terceiro produtor mundial de cerveja, perdendo apenas para China e EUA. Só no Brasil a 14 Indústria cervejeira tem faturamento superior a R$ 70 bilhões ao ano e representa 1,6% do PIB. Só a AMBEV registrou lucro de mais de R$ 12 bilhões de reais apenas em 2019. Por isso que, absurdamente, a Lei que restringe a propaganda de cigarro e outras bebidas alcoólicas não atinge a cerveja. Lembrando que estamos falando apenas de cerveja e não de toda a indústria do álcool e tabaco. O SEMEAR inclui o álcool e tabaco como droga, bem como os anabolizantes, remédios para emagrecer e para dormir. O motivo que leva as pessoas a usarem drogas são basicamente os mesmos: esquecer problemas e frustrações através de uma distração; escapar da timidez e insegurança para conseguir amizades e paqueras; necessidade de experimentar novas emoções e sensações imediatas sem pensar nas consequências futuras; falta de perspectiva ou planos; influência social ou familiar, mal exemplo da mídia, entre outros. Numa sociedade hedonista e imediatista é natural que as pessoas busquem um prazer instantâneo sem pensar nas consequências futuras. Depois arranjam os gatilhos mais diversos como precisar da droga para relaxar, para acordar, para trabalhar, para dormir, para emagrecer, para comer, etc. a droga trabalha no cérebro de um jeito que nem o indivíduo se dá mais conta de que ela influencia no seu julgamento. Por isso, a dependência é considerada uma doença pela OMS, CID 10 F19.
Os malefícios causados pelo álcool e tabaco muitas vezes chegam a ser mais graves que de outras drogas ilícitas, por isso, têm tratamento igual no projeto SEMEAR.
Fontes: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/drogas/drogas-licitas-ilicitas.htm https://www.todamateria.com.br/droga-licita/ 15 http://www.actbr.org.br/post/alcool-e-tabaco-sao-mais-danosos-do-que-qualquer-outr a-droga/17330/
13) A maconha causa menos mal do que o álcool?
Os estudos sobre a maconha e seus possíveis danos no organismo são mais recentes se relacionados ao álcool. Por conta disso, os efeitos do uso contínuo da maconha ainda não são tão conhecidos. Alguns estudos, no entanto, têm apontado que o álcool é pior do que a maconha para o cérebro, sendo a maconha quase 144 vezes menos mortal do que o álcool. Ainda assim, a maconha também causa malefícios à saúde: ela produz prejuízos cognitivos, alterando a capacidade racional e o equilíbrio físico de uma pessoa. O uso também pode dificultar a reprodução, causar problemas psiquiátricos em quem é predisposto, inclusive antecipando o surgimento de condições psiquiátricas em pessoas jovens. Fontes: https://m.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/41858-o-que-faz-mais -mal-a-saude-maconha-ou-alcool-.htm https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/alcool-e-pior-do-que-maconha-para-o-cer ebro-diz-estudo/ https://exame.abril.com.br/tecnologia/maconha-e-144-vezes-mais-segura-que-o-alco ol-diz-estudo/ 16
14) Existe dose segura para as drogas?
É possível identificar duas principais formas de consumo de drogas:
a) o uso recreativo, definido pela utilização esporádica e associada a situações de lazer e entretenimento;
b) a dependência química, caracterizada não só pelo abuso da substância, mas pelo fato dela ser utilizada em praticamente qualquer situação, como hábito e necessidade. É sabido que, em geral, o sujeito começa com o uso recreativo e progride até o vício, fato esse que se encontra diretamente relacionado com a figura da tolerância às drogas. O organismo se acostuma e fica tolerante à droga, que passa a fazer cada vez menos efeito, de modo que o sujeito passa a aumentar as doses de maneira considerável para obter os efeitos desejados. Por esses motivos, é muito difícil quantificar com precisão uma dose que seria considerada segura para o uso de drogas, especialmente se considerada a alta variedade existente no mercado. Alguns estudos têm se limitado a medir a diferença entre uma dose efetiva e uma dose letal.
Fonte: https://hypescience.com/drogas-menos-perigosas-alcool/ https://blog.viversemdroga.com.br/uso-recreativo-de-drogas-limite-entre-uso-s ocial-e-dependencia/ https://www.antidrogas.com.br/2008/03/28/o-que-e-tolerancia-a-drogas/
15) Existe interferência do estado emocional? Pode-se controlar mais ou menos? Existem pessoas que controlam mais e outras menos?
As drogas se encontram diretamente relacionadas com a interferência no estado emocional, tendo em vista que são utilizadas, na maioria das vezes, com 17 esse intuito. No entanto, esse efeito acaba por destituir o indivíduo da posição de “ator” no cenário emocional, sendo consideravelmente mais devastador se ocorre no período de desenvolvimento (em que o sujeito amadurece e constrói estruturas e recursos para o manejo emocional). Afinal, é criada uma rotina de uso de entorpecentes para o manejo de conflitos, fator esse que interrompe o processo emocional que possibilitaria o encaminhamento do sujeito para a superação destes. Além de o vício em entorpecentes gerar prejuízos à saúde emocional, a própria síndrome de abstinência, caracterizada pela suspensão do uso abusivo, pode desencadear sintomas emocionais negativos, dentre eles a depressão, a ansiedade e outros transtornos de humor.
Fontes: http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=180607&e=7 www.crianca.mppr.mp.br/pagina-457.html https://hospitalsantamonica.com.br/consequencias-das-drogas-entenda-o-real-perig o-do-uso-de-drogas/
16) Existem pessoas que têm mais propensão para o vício?
Os estudos desenvolvidos a respeito da propensão para o vício têm alavancado diversas hipóteses nesse sentido. Por exemplo, a partir da análise dos cérebros de viciados em crack ou cocaína com o cérebro de seu irmão ou irmão, que nunca utilizaram drogas, observou-se que ambos possuíam as mesmas anomalias na região que controla o comportamento, o que pode decorrer do fato de terem crescido na mesma casa ao invés de uma propensão genética. Outros pesquisadores concluíram que o abuso de drogas resulta de uma complexa 18 interação de fatores genéticos, psicossociais e culturais. Em que pese os estudos apontem, em geral, a possível predisposição hereditária à dependência química, é preciso não perder de vista outros elementos que também influenciam no quesito dependência química, tal como o histórico familiar, a exposição em idade precoce e a estrutura familiar.
Fontes: https://hypescience.com/certos-cerebros-podem-ser-propensos-ao-vicio/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000600010
https://blog.viversemdroga.com.br/mito-ou-verdade-afinal-dependencia-quimica-e-he reditaria/
17) Quanto às drogas ilícitas, quais representam o maior desafio para as autoridades hoje?
No âmbito epidemiológico, o estudo brasileiro mais recente sobre o consumo de drogas (3o Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, produzido pela Fiocruz e divulgado em 2019) evidencia que entre as substâncias ilícitas a mais consumida aqui é a maconha. 2,5% dos brasileiros fizeram uso da droga no período, o que corresponde a 3,8 milhões pessoas. Todas as outras drogas ilegais têm taxas de consumo abaixo de 1%, sendo a cocaína a segunda droga ilícita mais usada (0,9% dos brasileiros a consumiram nos últimos 12 meses, o que, em números absolutos, corresponde a 1,3 milhão pessoas). 19 O uso de crack no último ano foi citado por 0,3% dos entrevistados e os que reportaram o uso nos últimos 30 dias foram 0.1% da população, ou 172 mil pessoas. Ecstasy, heroína e solventes foram usados por menos de 0,2% dos entrevistados nos últimos 12 meses. Esses dados, contudo, segundo os próprios pesquisadores, podem estar subestimados, uma vez que a metodologia adotada foi a de pesquisa domiciliar, deixando de captar usuários que estivessem na rua ou em presídios. Além disso, há estudos publicados que indicam o crescimento constante e persistente do mercado mundial de drogas ilícitas, que atinge a cifra astronômica de quase 900 bilhões de dólares ao ano, desafiando a compreensão de pesquisadores, governantes, formuladores de políticas sociais e demais autoridades responsáveis pelos órgãos de vigilância e repressão e da sociedade como um todo. Trata-se de um panorama agravado pela indústria e comércio de medicamentos e substâncias como o álcool e o tabaco, que são as drogas mais consumidas no Brasil e, embora legalizadas, são fonte de grandes prejuízos para a saúde e para a vida social. A realidade sobre o consumo de drogas enquanto fenômeno global não está restrita a classe social, gênero ou etnia. Durante a primeira década do milênio, o narcotráfico faturou, em média, 900 bilhões de dólares ao ano, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). A cifra é equivalente a 35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ou a 1,5% de toda a riqueza produzida no globo. Trata-se de um mercado extremamente dinâmico, sempre alimentado por “novidades” (como as metanfetaminas e as sintéticas, em geral) ou por ondas renovadas de consumo de drogas antigas . O cenário é ainda mais grave quando se considera que o narcotráfico impulsiona e alimenta 40% das demais frentes de negócios mantidas pelo crime 20 organizado, segundo a Unodc, com base em dados do final da década passada. As atividades, que incluem tráfico de armas, de pessoas e lavagem de dinheiro, entre outros, giraram 2,1 trilhões de dólares, ou seja, 3,6% do PIB global. Mas não é só. O narcotráfico ainda estabelece uma relação “cooperativa” com o mercado de drogas permitidas e socialmente aceitas, como o álcool e o tabaco, para gerar um quadro catastrófico para a saúde pública. O Global Drugs Survey (GDS) desponta como uma ferramenta importante para compreensão do problema. Coordenado no Brasil por Clarice Sandi Madruga, psicóloga e professora afiliada da disciplina de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, a coleta on-line feita pela pesquisa contou, em 2015, com a participação de 107.624 pessoas. O relatório final revela dados surpreendentes, que envolvem consumo de álcool, versões alteradas de ecstasy, baixo preço da cocaína e, principalmente, o uso da maconha sintética no Brasil. O estudo detectou pela primeira vez o uso de maconha sintética no país, que, conforme já mencionado, é a substância ilícita mais consumida aqui. A droga nada tem a ver com a versão natural. “O spice (nome comercial) é uma versão da molécula do THC sintetizada em laboratório. Por se ligar a receptores cerebrais de forma diferente que a molécula original, aumenta em até 60 vezes as chances do indivíduo desenvolver dependência química e em 30 as de ter uma emergência médica após o uso”, segundo a pesquisadora Clarice Madruga. Das 434 entradas de emergência em hospitais detectadas pelo estudo, 50,9% ocorreram pelo seu uso. É vendido em forma de óleo para cigarros eletrônicos ou como fertilizante da planta Cannabis. Já o preço da cocaína brasileira é o mais baixo do mundo: em torno de R$ 50,00 o grama. O equivalente em crack também é barato – em torno de R$ 25,00, 21 segundo órgãos brasileiros de entorpecentes. O “pó” também foi identificado como o mais potente, uma vez que o país apresentou os maiores índices de procura de serviços de emergência após o uso.
SOBRE A MACONHA
1) Qual o efeito da maconha a curto e largo prazo?
Diversos são os estudos sobre os efeitos decorrentes do uso de maconha a curto e longo prazo. Pode-se, no entanto, mencionar aqueles que mais comumente aparecem nas pesquisas, a saber:
Efeitos a curto prazo do uso da maconha: sensação de bem-estar e relaxamento (não aparece para todos os usuários), prejuízos na memória e atenção, delírios, alucinações, tempo de reação elevado, aceleração dos batimentos cardíacos, hiperemia conjuntival (olhos avermelhados), diminuição na produção de saliva;
Efeitos a longo prazo do uso da maconha: perda de memória, prejuízo na capacidade de aprendizagem (que pode se tornar irreversível), diminuição da motivação, comportamento violento, dependência, doenças pulmonares e/ou cardíacas, aumento do risco para desenvolvimento ou agravamento de transtornos mentais e psiquiátricos, disfunções sexuais relacionadas com a diminuição na produção de testosterona em até 50-60%. 22 Tais efeitos tornam-se ainda mais acentuados se a maconha for consumida simultaneamente a outras substâncias psicoativas. De acordo com matéria publicada no website da clínica de reabilitação Cleuza Canan, por exemplo, a mistura das drogas maconha, cocaína e crack aumenta de forma substancial os riscos para a saúde, uma vez que intensifica a aceleração dos batimentos cardíacos e o aumento da pressão arterial, tornando maior a chance de paradas cardíacas fatais.
Ademais, estudiosos afirmam que o consumo de maconha concomitantemente ao álcool aumenta os níveis de THC no sangue, intensificando os efeitos da droga. Enquanto esta prejudica a percepção do usuário, o álcool prejudica a coordenação motora, de modo que o risco de envolvimento em acidentes de grandes proporções fica elevado.
Dentre os efeitos psicológicos a curto prazo, pode-se destacar:
● Problemas de memória a curto prazo;
● Ansiedade severa, incluindo o medo de que se está sendo observado ou seguido (paranoia);
● Comportamento muito estranho, ver e ouvir ou sentir o cheiro de coisas que não estão lá, não ser capaz de distinguir a imaginação da realidade (psicose);
● Pânico;
● Alucinações;
● Perda do sentido de identidade pessoal;
● Tempo de reação elevado;
● Problemas com a coordenação (prejudicando a condução segura ou a prática de esportes). 23 Dentre os efeitos psicológicos a longo prazo, pode-se destacar:
● Declínio do QI (em até 8 pontos se o uso prolongado começou na idade da adolescência);
● Desempenho escolar precário e maior probabilidade de abandonar os estudos;
● Capacidade para pensar, aprender e executar tarefas complexas prejudicada; Baixa satisfação na vida;
● Dependência química (cerca de 9% dos adultos e 17% das pessoas que começaram a fumar quando adolescentes);
● Pode induzir um estado de diminuição da motivação, que pode chegar à síndrome amotivacional, ou seja, a pessoa não sente vontade de fazer mais nada, tudo parece ficar sem graça, perder a importância;
● Problemas de relacionamento, violência do parceiro sexual;